O ex-governador Rui Costa, do PT, insiste em dar à sua esposa, Aline Peixoto, um cargo vitalício para o qual ela não tem nenhuma qualificação, o de conselheira do Tribunal de Contas da União. Aline, que é enfermeira, teria que reunir capacidade técnica para fazer análises contábeis e jurídicas.
A qualificação técnica é exigida por lei, mas os deputados da base do PT estão dispostos a ignorar o texto legal para entregar à esposa do ex-governador um cargo que paga R$ 41 mil por mês só de salário base, onde ela poderá ficar até os 75 anos e depois se aposentar com vencimentos plenos.
Rui conseguiu as assinaturas de 34 deputados estaduais, suficiente para oficializar a candidatura de Aline ao cargo. O documento foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa, Adolfo Menezes, pelos deputados Rosemberg Pinto e Fátima Nunes.
Líder da Oposição, o deputado Alan Sanches classificou como “imoral” a tentativa do ex-governador e atual ministro da Casa Civil Rui Costa de colocar a esposa, a enfermeira Aline Peixoto, no cargo de conselheira do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, sem qualificação para isso.
“Temos que pensar que existem requisitos que deverão ser preenchidos pelo candidato, como conhecimento da administração pública para saber lidar com as situações que vão aparecer. É preciso ter convívio com a gestão dos prefeitos e das câmaras de vereadores, pois um conselheiro é muito mais que um julgador".
A indicação de Aline reforça o histórico de o Tribunal de Contas dos Municípios ser usado para abrigar políticos amigos do governador de plantão que fracassaram nas eleições ou poderiam enfrentar problemas legais sem cargo. A indicação política é a norma, porém sempre se tentou dar um ar de "capacidade" para o cargo.
Foi o caso, por exemplo, de Mário Negromonte e Nelson Pellegrino. Mas o projeto do ex-governador Rui Costa de emplacar no tribunal sua esposa Aline Peixoto, enfermeira, passa do razoável e gera irritação na bancada dos partidos aliados, onde vários políticos fracassaram e buscam um abrigo.
É o caso, por exemplo, do PCdoB, que acha ter o direito de indicar o nome de Fabrício Falcão. Ele alega que abriu mão desse nome para o PT nomear Pellegrino na última vaga. Os comunistas ainda criticam o uso de um critério familiar ao invés de contemplar "militantes" do grupo.
O próprio PT é contra a nomeação de Aline, até pela dificuldade em justificar uma enfermeira julgando contas num tribunal supostamente técnico. PCdoB e PV têm medo de falar abertamente, mas já combinaram de votar contra a manobra de Rui Costa. Os comunistas alegam que são o único partido "não contemplado".
Publicada por: Pr Elias
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