O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), fez um apelo ao jogador Neymar, ao técnico Tite e à CBF para que a Copa América não seja realizada no Brasil em meio à pandemia de Covid-19.
Em entrevista à rádio Eldorado nesta terça-feira (1º), Calheiros chamou a competição de seleções sul-americanas de “campeonato da morte” e “macabra” e dirigiu-se diretamente ao camisa 10 do Brasil, dizendo que ele não poderia concordar com isso.
– Neymar, não vá jogar a Copa América no Brasil enquanto seus parentes, seus amigos, aquelas pessoas que você conheceu continuam a morrer desesperadas sem vacina – disse o senador, que também defendeu a convocação do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, para depoimento à comissão.
– A CBF está participando de uma maneira inacreditável nisso e tentando promover a Copa América no Brasil. É a grande patrocinadora – disparou.
Originalmente, a Copa América seria realizada na Colômbia e na Argentina, mas o primeiro país declinou da organização no último dia 20 por causa de conflitos sociais e o outro rejeitou ser sede no final de semana por causa da situação delicada diante do enfrentamento da pandemia do coronavírus.
Sem ter uma sede e faltando poucos dias para sua realização, a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) tratou de conseguir um plano B, para evitar um prejuízo financeiro enorme e, em contato com a CBF, acabou acertando a realização dos jogos no Brasil, depois de a entidade conversar diretamente com o governo federal brasileiro.
– É inacreditável! Enquanto dois países da América do Sul se recusaram a promover o evento, em situações melhores que a nossa, o Brasil se coloca como alternativa, com [o] número passando de 460 mil mortes, milhões de pessoas que tiveram a Covid-19 e [estão] desesperadas porque a vacina não chega. Seria o caso de fazer um apelo ao Neymar, ao Tite, à CBF. Por favor, não permitam que isso aconteça. Não podem comemorar um gol enquanto os brasileiros continuam a morrer – afirmou Calheiros.
Ele lamentou a situação no país e espera que a vacinação avance.
– O campeonato que temos de disputar e ganhar é o campeonato da vacinação, no qual estamos muito mal colocados. O presidente da República recusou as vacinas. Não confiava na eficácia [delas]. E achava que, com o tratamento precoce e livre trânsito do vírus contaminando a população em velocidade maior, iríamos chegar à imunidade de rebanho. A seleção brasileira não pode concordar com isso. As UTIs e os cemitérios estão cheios. Em quais condições vamos gritar um gol do Brasil? Vamos guardar essa energia para quando concluirmos a vacinação da população – disse o relator da CPI da Covid.
Publicada por: Pr Elias
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