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Opinião: Transporte público segue como bomba-relógio para Bruno Reis

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Opinião: Transporte público segue como bomba-relógio para Bruno Reis

Em 2021, pouco tempo após tomar posse como prefeito de Salvador, Bruno Reis relatou que a questão do transporte público era o que mais preocupava na gestão da capital baiana. A herança do modelo proposto por ACM Neto, com outorga onerosa, se mostrou falho e as concessionárias começavam a dar sinais mais explícitos de que não seria sustentável. O resultado vem se arrastando desde então e, às vésperas de uma nova eleição, o transporte rodoviário se confirmou como uma grande dor de cabeça.

Depois de fazer intervenções em empresas e gerar subsídio municipal para tentar segurar o valor da tarifa - ancorado especialmente na justificativa eleitoral de que perderia votos com um novo reajuste -, Bruno Reis tentou transferir parte da responsabilidade pelo encaminhamento dado pelas concessionárias de Salvador de um aumento de, no mínimo, R$ 0,25 na tarifa para o governo federal e a desoneração da folha de pagamento. No entanto, não dá para tratar apenas esse fator como determinante nos reiterados reajustes do bilhete na capital baiana.

Desde a implantação do modelo de outorga onerosa, especialistas sinalizavam que, no longo prazo, não seria sustentável. As empresas, obviamente, miram o lucro e, com retorno abaixo da expectativa, dificilmente iriam manter a curva de investimento necessário para evitar o sucateamento acelerado da frota e as sempre urgentes demandas dos rodoviários. Tanto que a revisão do processo foi iniciada pelo próprio ACM Neto, que concebeu o modelo. Só que a batata continuou quente e só com Bruno Reis que estourou.

Ainda no período de Jair Bolsonaro, houve um esforço por uma aliança com o governo federal para que houvesse subsídio para o setor de transporte público nas cidades com mais de 100 mil habitantes. À época, diversos municípios enfrentavam o rastro de destruição da Covid-19 que impactaram a circulação de passageiros e gerou uma espécie de pico da crise. O subsídio não veio no plano federal e, tampouco, veio do governo da Bahia, no caso de Salvador.

 

Publicada por: Pr Elias

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