Ministro da Economia, Paulo Guedes afirmou neste domingo, 24, que a aprovação da reforma administrativa pelo Congresso compensaria a quebra do teto de gastos para o pagamento do Auxílio Brasil. Ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Guedes disse que as mudanças no funcionalismo público gerariam a economia de R$ 300 bilhões aos cofres em até dez anos, ao passo que o governo teria que tirar R$ 30 bilhões da regra fiscal. “Qualquer pessoa séria no Brasil vai entender o seguinte: eles empurraram um pouquinho mais o teto, mas em compensação economizara R$ 300 bilhões. Então eles estão fazendo o dever de casa.”
Em diversos momentos, Guedes afirmou ser um defensor do teto de gastos, mas que crise social gerada pela pandemia do novo coronavírus e a alta da inflação obrigam o governo a tomar medidas para defender os mais vulneráveis. “O presidente tem que tomar uma decisão política muito difícil. Se ele respeitar o teto, ele deixa 17 milhões de famílias passando fome”, disse. Segundo Guedes, a mudança no prazo de indexação da inflação para ajustar o teto é “tecnicamente correta” e que as circunstâncias pedem a desaceleração do controle dos gastos públicos. “Invés de fazer uma aterrissagem muito forte no fiscal e deixar a população desprotegida, vamos aterrissar um pouco mais lento e atender os mais frágeis.”
O chefe da equipe econômica voltou a afirmar que acredita na aprovação da reforma administrativa ainda neste ano. O texto já foi aprovado pela comissão especial da Câmara, mas ainda não há previsão para ele ser encaminhado ao plenário, onde precisa ganhar ao menos 308 votos em dois turnos. A medida também tem que passar pelo Senado antes de ser sancionada. Guedes também cobrou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que foi anunciado neste sábado 23, pelo PSD como candidato à Presidência da República em 2022, para dar celeridade na agenda de reformas. “Se ele quiser se viabilizar politicamente como uma alternativa séria, ele precisa ajudar o nosso governo a avançar com as reformas”, afirmou.
O mercado reagiu com aversão ao movimento de mudanças na regra fiscal pressionando o dólar para perto das máximas históricas, enquanto o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, despencou ao patamar mais baixo em quase um ano. Analistas do mercado também passam a prever menor crescimento em 2022 com a economia pressionada pelo aumento da inflação e a necessidade do Banco Central em apertar ainda mais a política monetária. O ministro disse que o país vai crescer acima de 5% neste ano e deve manter o ritmo de alta. “A história de que o Brasil não vai crescer é narrativa política. O Brasil vai crescer bastante, já está crescendo e vai crescer o ano que vem. Naturalmente, precisamos seguir com as reformas que viabilizem isso”, afirmou.
Publicada por: Pr Elias
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