O clima na cúpula do União Brasil, que já não era bom, degringolou, segundo a coluna Radar, da revista Veja, para guerra aberta entre o ex-prefeito de Salvador ACM Neto e o presidente nacional do partido, Luciano Bivar.
Segundo a coluna, decisões individuais de Bivar, sem consultar a cúpula, foram o estopim. Há, no momento, uma guerra na Justiça e cartas internas a parlamentares envolvendo disputas no diretório do Amazonas. Parte da crise foi registrada pelo site Radar Amazônico.
É a primeira vez que oito membros da cúpula nacional do União questionam Bivar por uma decisão adotada sem respeitar o estatuto da sigla que nasceu da fusão entre PSL e DEM. Veja a carta divulgada por uma ala do partido:
“Carta aos deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores do União Brasil e presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas,
Lamentamos que informações capazes de contribuir com uma interpretação equivocada do que está acontecendo na Executiva Nacional Instituidora do nosso partido tenham chegado até vocês. Hoje, o que está em discussão não é o comando partidário do Amazonas. Na última terça-feira (16), inclusive, depois de muito diálogo, caminhávamos para a solução do impasse, garantindo a presidência estadual e o comando da direção ao governador do Amazonas, Wilson Lima, e definindo que o ex-deputado e ex-líder Pauderney Avelino fique à frente da direção municipal de Manaus.
Nosso principal questionamento é sobre a forma como o presidente nacional, deputado federal Luciano Bivar, está conduzindo o processo de convocação da convenção partidária no estado. Na última reunião da Executiva Nacional, realizada em Julho, registrada em ata, ficou decidido que o assunto seria abordado em novo encontro do colegiado a ser convocado pelo presidente para o início de Agosto.
Desconsiderando o que havia sido aprovado pela Executiva Nacional, Bivar tenta impor uma decisão individual que pode abrir um precedente inaceitável de desrespeito ao Estatuto, colidindo com o mais caro princípio de governança do União Brasil, que é o da colegialidade das decisões de natureza política. Essa, inclusive, uma pré-condição para a criação da legenda.
Um presidente nacional só pode deliberar a respeito de qualquer ação, em qualquer estado da Federação, depois de obter autorização da Executiva. Não foi isso que ocorreu nesse caso. Não é buscando a exceção em decisões monocráticas que nós daremos vida longa ao partido. Sabemos que o dissenso é sempre uma hipótese na política e na agenda democrática e, por isso, nosso Estatuto estabelece, de forma muito clara, que decisões políticas precisam ser deliberadas pela Executiva Nacional. Propósito que preserva a construção coletiva e assegura que o partido não se torne um cartório político.
Reconhecemos o valor, a qualidade e o mérito do trabalho desenvolvido pelo governador do Amazonas, Wilson Lima, e por todos os representantes da sigla no estado. Compreendemos também que o posicionamento da Executiva Nacional deve ser na direção de promover o crescimento do partido em todo o país. Para isso, sustentamos que haja, em cada estado, assim como no Diretório Nacional, uma composição colegiada na qual aqueles que têm voto, tenham voz. Na qual aqueles que têm peso político sejam ouvidos no debate e na deliberação das decisões mais importantes da legenda.
Precisamos de uma Direção Nacional mais plural no União Brasil, onde o presidente nacional reúna com frequência o partido e as decisões estratégicas, municipais, estaduais e nacional, sejam tomadas pelo desejo da maioria. Por isso, defendemos a realização de mais debates internos, a ampliação da participação decisória de deputados e senadores e a criação de mecanismos para que possamos ouvir mais os nossos filiados. Sempre buscamos o entendimento e pregamos o diálogo. Se esse diálogo foi interrompido, não foi responsabilidade nossa. Manter o debate interno sempre vai ser o nosso objetivo.
Publicada por: Pr Elias
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